sexta-feira, 28 de setembro de 2007

poética.



quem quiser que se importe.

o meu isolamento é permitido.

o destino preparou-me a clausura do ofício,

a evolução por profissão,

e o sentido da razão.


quero o possível,

o imediato.

um antídoto pro meu descompasso.


fora ao atraso e ao fracasso

de uma vida adormecida.

tenho em mim vários traços

que se soltam em verbos e poesias.


tudo muda e se inebria

a alma estuda,

absorve e apaixona

por tudo aquilo que livre vive.



lorena a.


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if you come closer

I show you how it feels...



;]

não sei.



e eu pensei que era real,
relevante, desafiador.
mas depois de um tempo percebi
que na verdade
o meu amor
ainda é o meu amor próprio.
o seu passado ainda faz parte do meu presente.
que idéias confundem-se
ou melhor
fundem-se.

aprofundam-se em um poço de idealismo
onde faço parte do picadeiro [des]montado.
quero partir pro real.

sair do campo das idéias e separá-lo do ideal
[aquilo que não existe].
busco a utopia
busco a melancolia dos dias.
vejo que você não foi embora
eu te expulsei
mas você me marcou a ferro e fogo.
os anos passam mas você continua lá.
se faz presente,
permanente.

não sei o que fazer
deixo o teu barco
no meu mar

correr...


lorena a.

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como não?


como posso não possuí-lo?

como sentir-me tão indiferente.
racionalizo.
[ele vive na minha mais profunda racionalidade]
e percebo que a maior existente está no sentir.
permitir, libertar.
[quem de dentro de si não sai, vai morrer se amar ninguém]


Lorena A.




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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

incapaz.

ela não se sente mais capaz de fazer uso da sua auto-piedade.
não se faz mais de vítima diante de suas (a)diversas circunstâncias.
só expõe suas dúvidas, certos anseios.
pequenos sonhos e desejos se o seu terreno é satisfatório.
o medo do contrário, da vulnerabilidade é inerente
em um determinado tempo em nossas vidas.
o lado podre da sociedade a choca.
se deparar com ele é uma bela experiência.
áspera, marcante.
ensina e se faz útil e essencial.
todo mundo precisa delas.
ela também.
cicatrizes.
(talvez!)
quem as têm,
viveu.


Lorena A.



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seria.

a vida seria como um imenso campo de batalha:
você se vê testado o tempo todo e precisa utilizar
todo conhecimento adquirido
intelectual emocional psicológico sexual social [mente] etc etc etc.
tudo é minunciosamente planejado.
tudo é meramente transformado numa realidade do antes.
o agora já foi, já é e ainda será.
o tal do destino já deve realmente estar escrito.
por isso apenas tentamos mudar nossos caminhos,
mas aonde chegamos é sempre aonde deveríamos estar.
nem sempre é a fonte dos seus desejos,
mas reflete o seu eu mais íntimo.
aquilo que muitas vezes não ousamos admitir,
muito menos expor...


Lorena A.




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sentir-se.



sinto-me viva, elevada.
não mais como transeunte de uma vida
nem de quem nela vive.
possuo-a.
é inteiramente minha.
sou dominadora de sua presença
até onde nenhuma vontade minha poderia fazer sentido.
é como se tudo fosse meu,
e ao mesmo tempo, não fosse.
o tudo e o nada.
o possível.
o desejo realizável.



Lorena A.




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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

continuo


ensaiei em tua música,

tuas batidas, teu ritmo.

dancei, cantei, encenei.

em frente ao meu espelho te esperei.

nada foi fácil

descobrir a tua língua

colorir o cenário

falso,

inexistente.

minha mente é minha rendição.

é onde encontro o meu coração.

meu pecado e meu perdão.

tudo sempre tão belo,

tudo sempre tão colorido.

tudo em teclas,

quase tudo em palavras.

mas meu querer sempre vai mais além

assim como o seu

penetrar n´alma do mundo

e descobrir o infinito imortal de cada um.

de cada um de você.

queria todos

mas nem tudo

eu posso ter

nem tudo eu posso ser

pra ter você.

meu amor.

meu mundo é azul e colorido

é preto e branco e infinito

é onde reluz a doce beleza do meu pesar.

é onde guardo e amarro

é onde exponho e me travo.

mas não temo o medo

não temo o não te ter.

tudo é mais belo e mais leve.



continuo a te querer

como se o nada tivesse acontecido

e o tudo estivesse no prestes acontecer.





Lorena A.



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agora.


conceituo-me imediadista


imediata


imediato


em médio ato.


no meio,


no fim,


no pleito.


o já,


o agora,


o momento que demora.


a pressa inimiga


da imaginação.


do coração que não sabe esperar.


calma,


paciência.


agonia,


decadência.


susto...


amo-te de paixão.






o ônibus chegou,


o bolo está pronto.


a roupa secou,


minha alegria está torta.


revira a volta


traz os cento e oitenta graus.


minuto por minuto


segundo em horas


momentos de visão


cega louca demora.




e sem prelúdio ou amola,


me dá o seu agora.





Lorena A.



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imprevisibilidade.



imprevisibilidade,

murmúria,

sedução.

troquei o a fazer pelo já feito.

comprei novo, esperei fugaz.

dormi e acordei num susto de sonho bom.

pensamento encaixado,

vago tempo vão.

escudo de liberdade e asas de paixão.

indetermino,

presumo

e minto

o que a realidade impõe.

atrozes de mel,

a insustentável leveza.

carrego em mim o que não poderia vir a ser.

num tempo seco,

embora preenchido.

transbordo.

espalho em cortinas de razão

o meu mais belo

dizer-te o não.




Lorena A.




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sábado, 15 de setembro de 2007

wandering stars....




...e a felicidade percorre o caminho do desejo.
espero as estrelas caírem em mim,
uma por uma.
férteis, nuas... sedutoras.
e por fim,
ainda sou toda tua.




Lorena A.



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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

bubbles.

meu grito tornou-se calado.
teme por si mesmo, pelo que diz
e, principalmente, pelo o que não se diz.
tornaste perfeito,
de pequeno ficaste grande;
a entrega, afinal.
sutil, presente.
surpreendente.
individual...

Lorena A.




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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

gosto do céu.

a água já está quente,
o caminho aberto
e a mente,
liberta.

o casulo deixará de ser sua verdadeira casa,
o seu canto
é em qualquer canto.
o viver é o permitir.

não pense que sou meio boba
atrasada,
um pouco avoada.

não,
nem sou tão assim.
sou meio querubim
meio borboleta
meio espoleta.

quero voar
quero doar
e provar
que gosto tem o céu.

Lorena A.



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trilogia suja de havana

>>
eu era um sujeito perseguido pela SAUDADE. sempre fora, não sabia como me desligar da saudade e viver tranquilamente.
ainda não aprendi. e desconfio que não aprenderei nunca. pelo menos já sei algo valioso: é impossível se desligar da saudade porque é impossível se desligar da memória. é impossível se desligar daquilo que se amou.

tudo estará sempre conosco. sempre teremos o desejo de refazer o bom da vida como o de esquecer e destruir a lembrança do mal. apagar as maldades que cometemos, desfazer a recordação das pessoas que nos prejudicaram, remover as tristezas e as épocas de infelicidade.
é totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é aprender a conviver com a saudade. talvez, transformar-se, de algo depressivo e triste, numa pequena chispa que nos dispare para o novo, para entregarmos a outro amor, a outra cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor do que seja melhor ou pior, não importa, mas será diferente.
e isso é o que todos procuramos todos os dias: não desperdiçar
em solidão a nossa vida. encontrar alguém, nos entregar um pouco, evitar a rotina, desfrutar da nossa fatia de festa.
<<


[Pedro Juan Gutierréz. Trilogia suja de Havana]

trilogia suja de havana

desde então me incomodam muito essas duas palavras: o CORRETO e o SENSATO. são falsas e pendantes. toda a história, toda vida, todas as épocas foram incorretas e insensatas. nós mesmos - cada um de nós, por natureza, é incorreto e insensato, só que reprimimos para voltar para o cercado como boas ovelhas, e aplicamos rédeas e mordaças para nós mesmos.

levei essa vida dupla durante muito tempo: correto e sensato na estação de rádio. incorreto e insensato no cortiço com Miriam. ainda não me sentia livre, mas já estava no rumo. A verdade é que não me interessa nada que seja linear, reto. não me interessa coisa nenhuma que progrida limpidamente de um ponto a outro , e que se saiba perfeitamente que tal linha começou aqui e terminou ali. não. nunca deve se levar uma via linear e exata; a vida é muito imprevisível.

[Pedro Juan Gutiérrez - Trilogia Suja de Havana]

trilogia suja de havana

>> na verdade, aqueles entardeceres com rum e luz dourada e poemas duros ou melancólicos e cartas aos amigos distantes me faziam ganhar confiança em mim mesmo. se você tem idéias próprias - mesmo que sejam só umas poucas idéias próprias -, tem de compreender que estará sempre encontrando caras feias, gente que vai fazer questão de lhe dar o contra, de diminuí-lo, de "fazer você entender" que não tem nada a dizer, ou que você deve evitar aquele sujeito porque é louco, ou efeminado, ou um verme, um vagabundo, ou porque é punheteiro, ou voyeur, outro porque é ladrão, outro, macumbeiro, outra porque é canalha, indecente, puta, sapatona, mal-educada. eles reduzem o mundo a umas pessoas híbridas, monótonas, aborrecidas e "perfeitas". E assim querem transformar você num excluído e num merda. Jogam você de cabeça na seita particular deles para ignorar e suprimir todos os outros. E lhe dizem: "A vida é assim, meu senhor, um processo de seleção e de descarte. Nós somos donos da verdade. O resto é que se foda". E como passam 35 anos martelando isso no meu cérebro, quando você está isolado se acha o máximo e se empobrece muito porque perde muita coisa bonita da vida, que é desfrutar a diversidade, aceitar que nem todos somos iguais e que assim fosse seria muito chato. << [Pedro Juan Gutiérrez - Trilogia Suja de Havana]

terça-feira, 4 de setembro de 2007

onde o sabor está.

não!
não me ponha assim tão sua,
não me ponha assim tão absurda.

caí no abismo do desejo
um completo e rico desapego.

encontrei o que em mim faltava
com nome, sobrenome
e que por fim sempre me maltrata.

o ardor é único
foi eu que procurei.
foi em você
onde me achei.

não me perdoe por te amar.
o pecado é mortal.
mas,
sinto muito,
não vou me calar.

[e irei aonde o sabor está]


Lorena A.



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black star.


Black Star


rotina rítmica;
feito, possível transformação.
idealismo surpreendente.
nessa mente que onde também
pulsa um fervilhão,
turbilhão,
talvez uma cor-ação.
te julgo
antes de me julgar.
impulso,
me ponho a trabalhar.
enviam-me secas lágrimas de poder.
poder pintar o que vê,
poder transmitir o que quero.

enfim, consigo.
penetro no teu raciocínio,
penetro em tuas opiniões.

sou tua negra,
negra estrela.
infinito do teu olhar
da tua destreza.



Lorena A.




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domingo, 2 de setembro de 2007

beco [quase sem saída].

já cruzei o infinito
o dito e não dito.
momentos intensos,
palavras no vão.
o dizer mais belo
e o desatino são.
variedade sublime,
pecado
de grão em grão.
desafio permanente,
gosto de ilusão.
borboletas soltas,
perigo
em uma sensação.
coragem desperta,
amizade sincera.
tempo, ao vento.
senso?
no beco do ausente.
miragens suicidas,
retorno então,
da paixão.
presente é o teu ser.
o meu,
o nosso,
viver.

Lorena A.




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neo run in you.

fértil é a minha mente,
é como o meu querer.
em instante tudo se quebra,
se dobra, se renova.
altivismo latente.
neurônios: músculos trabalhando,
adiantando o possível sentir.
minha alma é uma página colorida,
rabiscada,
rebruscada.
intermitente.
luzes acesas e apagadas.
idéias secas e molhadas.
partidas idas e vindas que já se foram.
fundem o mundo velho com o novo.
e o meu absurdo se torna mais uno.
meu pensamento
é o seu ser e eu sou você.


Lorena A.



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poeta, poetisa, poesia.

assumem-me poeta,
poetisa, poesia,
como quem assume uma identidade
permisiva, transitória.
desnudo conjuntos abstratos
pensamentos de elástico,
permanecentes a curto prazo.
envio minha forte chuva de idéias
ao horizonte mais amigo
mais ambíguo
onde nunca conseguirei nadar
sem haver o me entregar.


Lorena A.



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sábado, 1 de setembro de 2007

let´s talk about "drink my tears as I cry"

sem um sentido muito aparente, sentido pra mim é mais que evidente. é perceptível, notório. assumi a identidade deste blog com esta frase de uma canção de uma banda preferida.
evidente representatividade: beba minhas lágrimas enquanto choro. morbidez presente. pranto... angústia de lágrimas. diante de minha percepção é a empatia, quase que compaixão.
empatia aquele sentimento de se pôr no lugar da outra pessoa e chegar a sentir, saber realmente o que o outro sente. [condição de ser um humano, mas que nem todos a vivem].
tomo as lágrimas dos outros,
sinto sentimentos meus e de outros.
roubados, usurpados pela minha condição humana.

Lorena A.

scraps.


Trimera Casa de Letras.

Blogueiros do Piauí.