quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

do que sempre poderia vir a ser.




me esquece que eu não te culpo por ser assim

feito um tamborim

onde eu toco os meus mais surrados sambas.

ousa,

quem poderia assim feito tu

usar e abusar

de mim

descobrir o meu segredo,

o meu manejo,

o meu desespero

e dominar-me enfim?

absurdamente cansei

e casei com o absurdo

com o lúdico prenúncio

de qualquer coisa que chateia.

maneiras

de ser eu invento,

pois sou meu próprio brinquedo

e que é uma pena que nem todo mundo

saiba brincar...

o poder custa caro

o prazer de um errado

de não ser-te santa

em nenhuma hipótese.

e por fim, acabo com a tua angústia rouca

e começo uma leve minha culpa,



do que sempre poderia ser.



Lorena A.






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