quarta-feira, 3 de outubro de 2007

[licor de amor-a]



ca


tás




tro




fe.





ele voltou.

sem a menor noção

de coração

ele voltou.

o que eu pude fazer?

escutar

tentar entender.

mas não entendi.

e não entenderei nunca.

não sou eu que sou chata,

não sou eu que sou tal,

não sou eu que não roda por esse mundão,

não sou eu que sou normal.

entre quatro paredes tudo claro,
do lado de fora,

embaçado.

escuto tuas juras

quando não está ao meu lado.

quando fica frente a frente

gela

e se faz calado.

sinto tudo em teus olhos,

coisas que sua pele diz,

mas que a boca

não ousaria com palavras

me dizer.

mas que um beijo

cala a boca

de um coração

amargurado.

do tempo não espero mais,

de ti muito menos.

coragem nula

vontade suja

de possuir-me sempre.

mas vivo sempre assim
sendo a tua deusa e

tua lua.

perdida em pensamentos tolos,

de insana busca...

em busca de ti.

doce e rica feito uva

gosto de amor e de ternura

me acalmo e me animo

em tua textura.

os romances são os mesmos

romances

de mesma procura

e de mesma insanidade

não canso de pedir

nem canso de me dar

apenas assim

como um pé de amora

com frutinhas a brotar.








Lorena A.




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