ca
tás
tro
fe.
ele voltou.
sem a menor noção
de coração
ele voltou.
o que eu pude fazer?
escutar
tentar entender.
mas não entendi.
e não entenderei nunca.
não sou eu que sou chata,
não sou eu que sou tal,
não sou eu que não roda por esse mundão,
não sou eu que sou normal.
entre quatro paredes tudo claro,
do lado de fora,
embaçado.
escuto tuas juras
quando não está ao meu lado.
quando fica frente a frente
gela
e se faz calado.
sinto tudo em teus olhos,
coisas que sua pele diz,
mas que a boca
não ousaria com palavras
me dizer.
mas que um beijo
cala a boca
de um coração
amargurado.
do tempo não espero mais,
de ti muito menos.
coragem nula
vontade suja
de possuir-me sempre.
mas vivo sempre assim
sendo a tua deusa e
tua lua.
perdida em pensamentos tolos,
de insana busca...
em busca de ti.
doce e rica feito uva
gosto de amor e de ternura
me acalmo e me animo
em tua textura.
os romances são os mesmos
romances
de mesma procura
e de mesma insanidade
não canso de pedir
nem canso de me dar
apenas assim
como um pé de amora
com frutinhas a brotar.
Lorena A.
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