segunda-feira, 17 de março de 2008

Undesire.




Sois condenado pelo crime cometido antes de tua nascença

Antes do projeto de tua existência.

É visível o deserto púrpuro nestes rostos

Nas faces crespas e incrédulas

Nos traços finos e simétricos

Nas feições brutas e tortuosas.

Até naqueles que não possuem domínio alheio,

Que não se deixam decifrar.

Torno-me então desbravadora

De semblantes ocultos

Perdidos em submundos superficiais.

Dentro do crime antes mencionado,

Perceptível apenas através do submundo do consumo,

Da consumo-ação.

Submundo insensatez.

E em tuas vestes, meros dizeres calados,

Reflexos do teu mundo interno,

Ou do conteúdo vazio do teu bolso.

Renda-se então humano!

Ao maior dos prazeres da carne!



A ostentação.







Lorena A.

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