quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Some red...

Hoje me vi naquele norte, naquele campo elísio que tanto percorremos pra chegar e avistar que tudo pode ainda ser tão belo como a verde claridade esperança que brota de seus olhos. Pensei em ler dez livros de uma vez, de emagrecer dez quilos, contar dez histórias e dormir dez horas por dia. Aquele seu grito abafado embaixo de algum outro edredom ainda pode ser meu, desde que em algum jardim o perfume da rosa devolva o perfume que exalo por poros de pele e fios de cabelo. Tudo ainda sim é cabível quando se dá entrada ao novo, quando me exponho ao meio do sol e deixo que a minha cabeça voe. Imediatamente me parecem aqueles dias sem ânimo, aquelas noites em claro e uma nuvem míope que aparece diante dos meus olhos em cada momento em que me abraço à filha do medo, a dúvida. A mente gera momentos de incerteza e eu, viciada em racionalidade me deleito nessa angústia incessante do pensar e me proponho a escrever, devolvendo a vida aos meus olhos, devolvendo o movimento dos meus dedos. Nunca imaginaria que pudesse caminhar por tais sombras, que pudesse chegar a tão altas nuvens, e que fazendo isso pudesse encontrar retinas diferentes, espelhos cheios de alma, que refletem somente uma imagem contorcida: eu. Daí, as nuvens se colorem e põem-se a exuberar toda a margem que ainda não havia conseguido chegar. Por durante meses e anos ouvi falar em repetições. Não havia então ter de querer viver as mesmas sensações e sentir a mesma pele sendo que dentro da minha maior rouquidão eu conseguisse te fazer falar a minha língua e calar-me com a tua boca. Agora traga seu discurso inconclusivo sobre o amor! A própria armadura do guerreiro derrotada diante da beleza de uma flor que deita e derrama a ternura de um mundo inteiro. Diante dos seus olhos, dentro do seu peito.











Lorena A.

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