na sombra cúmplice do quarto,
ao contato das minhas mãos lentas,
a substância da tua carne
era a mesma que a do silêncio.
do silêncio musical, cheio
de sentido místico e grave,
ferindo a alma de um enleio
mortalmente agudo e suave.
ah! tão suave e tão agudo!
parecia que a morte vinha...
era o silêncio que diz tudo
o que a intuição mal adivinha.
era o silêncio da tua carne
da tua carne de âmbar, nua.
quase a espiritualizar-se
na inspiração de mais ternura.
[manuel bandeira]
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