sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Eu.

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino, amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!
Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…
Sou talvez a visão que
Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

[florbela espanca]

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008





Eu sei quem sou e é aí que o bicho não me pega.


By Arianne Pira-Já!





quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O que será [à flor da pele]

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo


[texto do coração azul de chico buarque]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Divagações [não] têm que ser curtas 3

[...]

O tratado foi então anulado e eu fiz outro tratado, o com a minha loucura. Mas com uma loucura só minha, que me deixa muito mais além, mas não aquém. Não a quem quer que seja. Eu sou minha, só minha; de uma vontade egoísta que eu nunca pensei que fosse capaz de me permitir sentir. É, porque tudo na realidade do antes seria apenas a doce vontade, que se chama por medo, medo de sofrer um tal de remorso que apenas a pouco tempo eu descobri o quê que era.
Porque assim é muito mais fácil pra você, muito mais fácil pra ele e muito mais prazeroso pra mim, o gosto amargo da facilidade me corrompe e eu volto a ser a menina boa que antes a tudo cedia e fazia da sua vida um palco de dançarinos de sapateado onde ressoam até hoje o eco de seus calçados.
O muito bom não está mais por vir, ele já veio e com ele o espelho do mundo, de uma consciência absoluta, dominadora que é capaz de fazer milagre com as palavras. capaz de mudar-te, de te fazer perder a fala, de fazer ser quem você acha que não é.
Talvez isso soe ate meio pecado, mas de pecado e eu entendo e acho doloroso viver sem o pecado. enquanto todos querem viver longe deles eu quero mais é que o pecado da compaixão se alastre e eu, de vez em quando chore um pouquinho também. Misericórdia.



Lorena A.

Divagações [não] têm que ser curtas 2

[...]

Então me rendi ao que mais achava que era bonito... Óh coisa linda e pervesa paixão! Eu, não! Não quero mais esse troço não, que me faz perder o medo e cair pra trás. Deixar de lado a identidade e ser do acaso, um troço inventado pra gente poder fazer o que quiser com a vidinha alheia.
Afinal de contas eu ganhei um cérebro depois de toda formada na barriga da mamãe. Assim o presente maior foi dado-me como uma dádiva. Não posso disperdiçar a oportunidade. Antes os desejos soavam como a nona sinfonia de Beethoven em meus delicados ouvidinhos, hoje são como bate-estacas amorais que penetram no meu tímpano e rasgam todo o tecido nervoso dentro dele... Invadindo tudo, até os meu sonhos.

Dei-me conta do quanto a prisão estava adormecida diante dos meus olhos, do quanto os dias de cinza me remetiam a sentimentos absortos por lembranças retrógadas que nem o choro em mim provocava mais. As lágrimas que choro, devem ser merecidas por um anterior plano, um anterior mundo, o meu mundo-eu. Que quando sempre a tal devastadora penetra em mim, me faz esquecer.

Então o parecer é de que tudo demais complica. E eu gosto de complicar. Eu transbordo. E é complicando que se recebe.


Lorena A.

Divagações [não] têm que ser curtas 1

Acordei. O sonho ainda está fresco na minha cabeça. Mas o que foi aquilo, meu Deus? Lixo? Só pode ser. Será isso uma projeção do meu inconsciente? Será isso desejo resguardado? Provavelmente. Eu poderia considerá-lo um sonho bom? sei lá, só sei que esse tal sonho continua pulsando na minha mente e provavelmente irá acompanhar-me durante todo o dia. [E eu continuarei querendo estar de volta àquele sonho... ou na pior das hipóteses que ele se tornasse realidade].

As portas se abrem e eu caio no mundo, no coma profundo de uma humanidade insana que me julga de puritana. Quem, eu? Não, filho, sou pervertida, perversão, permitida. Alguns acham bonito, outros acham ridículo. Acham que eu faço tipo, ou pensam mesmo que é até estilo. O achar dos outros pra mim é intencionalidade, é provavelmente a intensa vontade de ser o que não conseguem. Bom, dentro das minhas vontades só consigo encontrar o meu eu, o ego tempestivo, a vontade própria, o encalço latejante.

Um dia, quiseram ensinar-me que se deve deixar as coisas acontecerem, mas infelizmente eu perdi essa aula, devo ter chegado atrasada e ainda tirei nota baixa. Fiz faculdade na poesia, mas mesmo assim não consegui passar nessa matéria. Acho que os professores nunca gostaram de mim de verdade e/ou foi eu que gostei demais deles. Fiquei reprovada, hoje ando com a turma mais nova, embora muitos pensem que eu não estude mais.

Queria mesmo era poder voar, poder ser invisível apego dos outros. Cansar de tentar pintar o céu de azul e as unhas de vermelho. Poder jurar que o amor existe e viver dentro sempre de uma doce ilusão. Mas não. Sendo aqui ou acolá, o já era ou já foi sempre existe e eu mesmo que fique triste, posso morrer na câma[ra] de gás ou nos braços de outro que tudo tem que sempre estar bem. O meu íntimo, que se foda.


Lorena A.

Vácuo.



E naquela noite me dei conta enfim
De quem era eu
Do que havia se perdido,
Do encanto que havia sido quebrado
E do que não encontrava mais
Nos olhos do outro.
Senti o vácuo dominador de esperança
No triste silêncio imperador
Em não ser mais eu
E ser você.
Aliás, não ser mais nenhum
Nem morto.
Ser vazio oculto, destino.
Ser sóbrio.




Lorena A.

Contra-senso



Curvas... dançam sombras sobre elas.
Luas... pairam no ar a te sombrear.
Nua... o teu eu engrandece os meus olhos
invade-me
O desejo... vejo estampar-te o rosto
Sem escrúpulos
No submundo do teu olhar...

Olhos... janelas da verdadeira alma
Do prazer exato
Através deles eu posso te alcançar...
Alcançar esse teu eu
O mais perfeito e delicioso,
Eu.

Na malícia de cada gesto meu
O encaixe perfeito.
A contração latente
Que por ser tão exigente
Me faz perder o além
O além de algum senso
O contra-senso,
De ter você em mim.



Lorena A.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Picadeiro.


E na tarde fez-se o espetáculo!
Peças flutuando nas paredes de minha mente.
Perambulando como coisas abandonadas.

Os sonhos tornaram-se realidade!
A alegria ansiada
Desejada,
Tomou conta do picadeiro por partes...
Ocupando devagarzinho em cada cadeira vazia,
Em cada olhar ruidoso,
Em cada gesto de sabedoria.

Os palhaços me animaram
Com sua forte indulgência de amar-me;
Mesmo escondendo em suas faces,
A triste dor que em breve
Iria amargura-me.

Não condeno o passado
Não clamo pelo futuro
Faço parte de um presente
Onde todos os palhaços morrem
Dentro do meu coração fingidor
Que, em verdadeiro sentimento,
Não consegue não sentir-te a dor.


Lorena A.


Death´s angel.



Quem dera eu um dia,
Dentro de uma tarde vazia
Preencher-me com tua compaixão,
Com sentimentos perdidos,
Trazidos dentro de brisas fósseis
E densas.

O anjo de candura se valeu
De uma forte força de vontade
E soprou em meu ouvido
Um belo arrepio
Que me fez repudiar você.

Mas que anjo era esse
Vindo dentro de uma nuvem de dúvidas
Embalsamado de tristeza
Absoluto por fraqueza
Vem aqui,
Por ti, me atormentar?

Não sei pequenino anjo
O que vale dentro desta tua pequena missão amargurada
Cheia de entraves asmáticos
Faltas de ar
E de desejos.

Eu sabia anjo,
Eu sabia.

Eras tu, anjo de morte.



Lorena A.

Amargo Amor.

- São apenas crianças!

Diriam suas mães,
Mas o belo resguardo de seus sonhos
Fazem-lhe adultos,
Donos de sua própria conduta
De suas próprias condições.
Quem deles poderia dizer,
O quando quer amadurecer?

O nada lhe diz a fraude.
O corpo amadurece,
Mas a cabeça tarda.

E as mães são mesmo assim,
Mais cheias de luz
E de intuição,
Fervem num caldeirão de cegueira,
Tendo como desculpa,
A falta de razão
E um fajuto e permissivo

Um amargo amor.





Lorena A.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

¿entón?




avante justiceiro!

porque já não se fazem mais heróis

como antigamente.

até aqueles [bem]ditos,

já tornaram-se escassos,

e minh´alma... amargurada.

toma tuas dores e segue

como o cão que persegue o dono de tudo

o dono das dores

e das redenções.


junte ao teu calvário de possuidores

o haver mais um no mundo dos surdos

no mundo dos cegos,

dos aleijados de compaixão.

e sem mais delongas


o que estás a fazer,

entón??



Lorena A.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Coração de vidro.



Trincou.
Quando aquela imagem me apareceu entre córneas,
O vidro não temperado trincou,
Rachou,
E eu fiquei inerte
Feito pomba atropelada.

Quando aquele a quem eu nunca tinha visto
Se apresentou no seu mais belo
Sendo ele mesmo
Me veio um turbilhão
Questionamentos fúteis
Irrelevantes.

Fazer o quê?
Eu ainda penso...
Pelo menos no que poderia vir depois daquilo tudo.

E veio.
Junto com os outros palhaços.

Hoje,
Meu coração de vidro
Virou este circo.



Lorena A.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Futuro




Triste favela amontoada

Amontoado de gente [junta]

Explosão de seres humanos.


Quem pregou esse castigo?

Quem condenou?

Só se segue o em frente,

O presente.


O futuro é agora.





Lorena A.

sister´s solitude.




saudade

é o nome que se deu a esse vazio impertinente

que jura que se tem.

mas quando vem de verdade

o dito homem perde

a consciência

e torna-se dominado por suas lembranças.



geralmente apegado às melhores

fazendo uso das ruins apenas quando a racionalidade impõe

impõe gestos valoriosos

impões atitudes menos medíocres.



não sei o que seria de nós se não fôssemos dela

filhos de uma absurda detenção

detenção do tempo

da moralidade dos dias.



a irmã da solidão não me trai

apenas traz a mim

o faz-de-conta do mundo.





Lorena A.


sábado, 16 de fevereiro de 2008

conjecturas.



e aqui estou novamente.
entre nuvens de vontade permaneço inerte,
sem uma prática aparência
de quem quer de verdade.
de fato, sei do que me cabes
sei também onde não nos cabe.
segue então longe de mim
a presente idéia do sim.
do enlaço mais forte.
esperançosa permaneço
pois diante de que todo fim
seja um começo,
e me sinto então
dona desse faz-de-conta de folhetim.



Lorena A.



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frívolo.




na vida, nem sempre nos basta apenas o que não se pode comprar:
o tempo, o amor e a saúde.
o resto é conveniência.



Lorena A.




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amor é prosa, sexo é poesia.



[Isso: felicidade e medo, a sensação de tocar por instantes um mistério sempre movente, como um fotograma que pára um instante e logo se move na continuação do filme. Sempre senti isso em cada visão de mulheres que amei: um rosto se erguendo da areia da praia, uma mulher fingindo não me ver, mas vendo-me de costas num escritório no Rio... São momentos em que a "máquina da vida" parece explicar, como se fosse uma lembraça do futuro, como se eu me lembrasse ali do que iria viver.

Esses frêmitos de amor acontecem quando o "eu" cessa, por brevíssimos instantes, e deixamos o outro ser o que é em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de compaixão pelo nosso próprio desamparo, entrevisto no outro.]



arnaldo jabour.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

words.



As palavras, depois de serem ditas,

diferentes de somente escritas,

abandonam as vozes

e perdem-se no céu.


Flutuam invisíveis e agora silenciosas.

Ninguém as percebe,

mas elas estão ali,

prontas para serem abocanhadas

por um pensamento qualquer.



[Paula Taitelbaum]

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

fatos.



poucos são aqueles que te vêem por piedade
que não percebem
essa intensa
permissividade.
considero-te profano então,
dentro da minha condição de tua freira.
de tua abadia.

há fatos que são relevantes
que valem a pena ir pro ar
que fazem parte do meu antes
do meu núcleo
do que há de mim
dentro do eu-você.


Lorena A.


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Amar é respirar-te no vácuo.



Lorena A.


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ojos



e o que diria do olhar?
fortes traços do eu,
transparecente animosidade.
zona erógena fluente.

seios de quem se lamenta
(chora)
nuca de quem clama
(afaga)

certos olhos me transmitem você
certos olhos te comem como minha boca
como o meu desejo.

mais do que meu próprio corpo,
eles falam
e calam-se por si.


Lorena A.



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peleja.



pelejaremos então

em pequenino ardor

por achar-se em um patamar

de um puto finge-dor!


eu não sou poeta

sou atleta.

das letras

não consigo fugir

lanço, malho, corro, esforço...

como um colosso

em busca da eterna perfeição do escrever...


quero ditar-lhes

quero mudar-te com minhas palavras

quero que saia do claustro

eterno

e viva em poesia!



[sou escrevedora]

poesia dedicada aos poetas do piauí.




Lorena A.


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domingo, 10 de fevereiro de 2008

ansie.



por quê não dar ouvidos aquela que sempre te trai
que pensas tê-la sob controle
quando é ela que toma tuas rédeas
e te manipula
da forma mais cruel e bruta
sem mesmo te deixar brechas para enxergar
o que mais rápido ela quer te mostrar?
não consigo vê-la.
tem horas que se faz invisível
afônica e inodora.
como então te achar
se por entre tuas entranhas,
arte e manhas
está o meu mais livre
bem-penar?

desculpa,
mas não é só com você que isso acontece,
pois sobre esse peito inerte
a ansiedade
outras vezes veio assolar.

e a perfeição só existe na excitação.
o resto,
é conseqüência.





Lorena A.

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

anjo.



então poderia chamar de anjo,
aquele que de fato
me resguardou.
chama-me anjo
pois em mim resguardei-te
em um néctar puro
e límpido de essência.
confortar-te-ei sempre
onde o mundo se renova
onde ele se esgota
onde ele é o próprio amor.

onde és a minh'alma.



Lorena A.



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Licença Creative Commons.

caixa-eu.



passei muito tempo depositando naquela caixa
as visões de uma noite adormecida.
impedida de viver a realidade
passei enclausurada anos
de triste e densa
vontade.
o que seria da dor se eu não existisse
o que seria do amor se a morte não o acabasse.
e o renovasse.
os dias do tempo em mim se vão
e destes não tenho mais noção.
mãos trêmulas refletem idéias novas
e retrógradas
do que um dia pensei em ser eu.
força é um artifício permanente
mas muito penoso
que em certas vezes
eu não consigo nele
me resguardar.
não quero mais perguntas
não quero mais sentimentos
não quero mais prazeres
não quero ganhos
não quero mais perdas.

zerei o meu jogo.

a dor fez de mim fortaleza
sequência de fatos
nobreza.
antagonismos
eu, paradoxo.

perceber então é fato.
viver é mesmo um só ato.
enfim,
eu nunca mais fui a mesma.
perdi
ganhei
venci.


Lorena A.

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

e agora.



e agora.
e o que fazer se depois de tudo
o doce calor dos teus lábios
ainda arde
nos meus?
o que fazer se depois do tempo corrido
da vida mudada
da vontade ter sido censurada
meu corpo ainda interceder o cérebro
e me dizer
que aquilo tudo ainda resiste
e lateja
feito a ferida deixada
o hematoma cruel
de um amor
da paixão negada por ti.
o que eu fazer
se o que você poderia
era conter o desejo de não resistir
dentro dessa tua consciência muda
eu fico nua
e te peço sempre
pra ficar


em mim.





Lorena A.

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beautiful one



Beautiful One
Your hair shines in the sun
I wish I'd never left

The wind intwines our hair
Our words get swept through the air
I wish I never left

Your face shines in my eyes
Our last look before our goodbye
I wish I never left

Beautiful One
You shine like the sun
I wish I never left
Before I have said
You are the one
You are the one

Your sun will come and go
But its beauty will keep its glow
I wish your rays would shine over me
Keep filling me with your beauty
I wish I never left
I wish I never left...


[aqua de annique]

scraps.


Trimera Casa de Letras.

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