Acordei. O sonho ainda está fresco na minha cabeça. Mas o que foi aquilo, meu Deus? Lixo? Só pode ser. Será isso uma projeção do meu inconsciente? Será isso desejo resguardado? Provavelmente. Eu poderia considerá-lo um sonho bom? sei lá, só sei que esse tal sonho continua pulsando na minha mente e provavelmente irá acompanhar-me durante todo o dia. [E eu continuarei querendo estar de volta àquele sonho... ou na pior das hipóteses que ele se tornasse realidade].
As portas se abrem e eu caio no mundo, no coma profundo de uma humanidade insana que me julga de puritana. Quem, eu? Não, filho, sou pervertida, perversão, permitida. Alguns acham bonito, outros acham ridículo. Acham que eu faço tipo, ou pensam mesmo que é até estilo. O achar dos outros pra mim é intencionalidade, é provavelmente a intensa vontade de ser o que não conseguem. Bom, dentro das minhas vontades só consigo encontrar o meu eu, o ego tempestivo, a vontade própria, o encalço latejante.
Um dia, quiseram ensinar-me que se deve deixar as coisas acontecerem, mas infelizmente eu perdi essa aula, devo ter chegado atrasada e ainda tirei nota baixa. Fiz faculdade na poesia, mas mesmo assim não consegui passar nessa matéria. Acho que os professores nunca gostaram de mim de verdade e/ou foi eu que gostei demais deles. Fiquei reprovada, hoje ando com a turma mais nova, embora muitos pensem que eu não estude mais.
Queria mesmo era poder voar, poder ser invisível apego dos outros. Cansar de tentar pintar o céu de azul e as unhas de vermelho. Poder jurar que o amor existe e viver dentro sempre de uma doce ilusão. Mas não. Sendo aqui ou acolá, o já era ou já foi sempre existe e eu mesmo que fique triste, posso morrer na câma[ra] de gás ou nos braços de outro que tudo tem que sempre estar bem. O meu íntimo, que se foda.
Lorena A.
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