domingo, 22 de junho de 2008

A própria felicidade.


A própria felicidade.

E mesmo que eu tentasse desfazer os laços de cetim, não conseguiria, pois tu me deste nós, mas não ensinou-me a desatá-los.
Me fiz presa à você na minha forma mais livre. E isto se deu quando atingi a negritude penetrante das meninas dos teus olhos.
Naquele instante me entregaste as algemas e eu me tranquei, joguei a chave fora e me afoguei no teu mar de rosas.
Te entreguei até a minha espinha dorsal, onde em cada vértebra foram desenhadas as letras do teu nome, cada fonema entranhado em minha medula.

[...]

Agora, aquele moço que mora na esquina acabou de profeciar-me que a vida dura até onde você começa. E ele disse ainda que eu era feliz. Mentindo mais uma vez.

Eu sou a própria felicidade.




Lorena A.

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