sábado, 20 de dezembro de 2008

Reverie



Vou parar pra escrever.
Tá, tudo bem.
Escrever o quê, então?
Sobre você, sobre eu, sobre o mundo?
Sobram letras e falta criatividade.
Falta vontade de esmiuçar sobre essas verdades capitais
Que eu tanto teimo em enxergar.
Que eu tanto teimo em vesti-las com tuas falsas verdades.
Prefiro falar sobre o vão.
Sobre aquele que não tem origem,
Não se sabe de onde veio,
Nem pra onde vai.
Assim não se comete erros,
Não se diz atrocidades,
Não se equivoca.

Cheio de nãos também...
Desta forma preencho essa página.
Encho de lágrimas a vastidão.
A soturna e vazia lápide de um ser.
Um ser azul turqueza ou turmalina.
Mesmo preferendo ser rosa.
Mesmo não importando o que sai da boca ou do...
Ops,
Do outro lado de lá.
Aí do seu lado,
Interlocutor.
Que pra mim mais parece um abismo...
Nebuloso e rouco,
Onde repousam os meus mais sórdidos sonhos.
Onde cavalguei nos teus mais tórridos pesadelos
Que em fonte de prazer
Transformam-se em luxo, superficialidade.
Embrulho.
Mas no meu estômago
E no meu âmago.
Soco de vida e de amor.
Sopro de atitude e disposição.
Ser.
Não sei não ser mais.
E só.













Lorena A.

scraps.


Trimera Casa de Letras.

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