segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

como uma deusa.






então eu quis ser como as fadas,
que mesmo não sendo correspondidas,
conseguem voar,
e alcançar a tal liberdade.
e então quis ser como as sereias
que mesmo não sendo desejadas
não cansam de tentar seduzir
seja como for
seja com que canto for.
e então eu quis ser como as madonas
que sendo mães de seus amores
conseguem suportar os ardores
da quebra de sentimentos.

e por fim quis ser como as Deusas
que na infinitude do amor
teve no sexo o ardor,
o louvor
a magia do transpor o seu amor
para aqueles que nunca merecerão
tamanho previlégio,
sendo que Deusas não amam
são elas o nosso próprio e mais verdadeiro

A.M.O.R.



Lorena A.



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happy 2008.




"liberdade é pouco.
o que eu desejo ainda não tem nome."

[clarice lispector]


***


the end for 2007.



happy 2008.



***

efemeridade




o efêmero com certeza recorre
à profundidade.
à qualidade.
ao valor.
por ser efêmero, se torna único,
presente, surreal.
transbordo pensamentos oportunos,
consequentes,
pessoais.
não sei o peso do outro
que tipo de ouro meu
ele tem que carregar.
mas sentimento é isso,
é eterno, é etéreo.
é poder mais que querer,
é ser.

não sou emoção, efemeridade.
sou sentimento.

sou eu.

mas e pra você, então.
o que parece ser?




Lorena A.



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domingo, 30 de dezembro de 2007

o conto de fadas da mulher abandonada II.



sempre tive que menosprezar-te querida, óh eterna ex-namorada do meu então atual recente ex- namorado. quando resolvi juntar meus sonhos aos dele, tive que aceitar esse ridícula condição de te carregar como uma sombra permanente no meu encalço. mas tudo bem, eu já estava cega mesmo de amores! pra mim o que importava era o que ele proclamava, e não o que a realidade dizia.
durante esses anos todos, sempre pensei que pudesse fugir de você de alguma forma. que você estivesse escondida num buraco sujo, onde ninguém tivesse a coragem de revirar, de ver o que havia lá dentro. e por todo esse tempo me senti justamente o contrário do que sinto em relação à você agora: poderosa, achando você a verme das vermes, uma pessoa insignificante que nunca tinha feito parte de nenhum tipo de momento e muito menos que esses momentos houvesse alguma importância pro meu então namorado.

ah, como nós somos bobas não? agora que percebo o quanto a tolice me dominou, sinto vontade de chamar-te de amiga, por estar em patamar de igualdade com você. por estar sentindo coisas que um dia você também sentiu, e que são, provavelmente iguaizinhas, pois são necessariamente relacionadas à mesma pessoa.

confesso que tenho vontade de chorar pra você, de perguntar o por quê de tanta indiferença da parte dele. mas além de não fazer isso por saber que você vai me achar patética e será capaz até de rir da minha cara, tenho uma consciência que não permite que eu faça isso. E apenas pelo simples fato de eu ainda ter um resto de vergonha na minha cara, embora a minha auto-estima tenha ido pro espaço.

e agora meu amor próprio me confessou que é somente uma questão de tempo. a esta altura vocês já devem ter trocado telefones, devem estar se comunicando pelo msn, e eu aqui, diminuindo cada vez mais minha auto-estima procurando vestígios desse possível relacionamento - que agora não pode dar-se ao luxo de ser clandestino - e chorando, claro, esperando que ele pelo menos sinta falta de sexo... e me procure.



Lorena A.




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o conto de fadas da mulher abandonada I.



então, querida. me dói mais do que pesadelo estar escrevendo esses absurdos ditados agora então nessas insignificantes páginas diante, da dor que ainda não cabe em meu peito. essa tal dor que eu provavelmente já fiz alguém sentir na vida e que até então, eu negligenciava, pois achava-me completamente superior a ela.
superior talvez no sentido apenas de não haver sentido-a nunca, mas acho que até já senti alguma vez, mas não com tamanha proporção. esta dor está me invadindo de uma forma que chega a sufocar, que chega a fazer com que eu não me importe com o real (ou os quais) motivo que fez com que ele me deixasse.
tenho tanta raiva, mais tanta raiva que quase me faz sair correndo, louca desesperada, com as roupas rasgadas e o cabelo desgrenhado. uma raiva que me consome, o pecado mortal da ira, que até então eu também não sabia que poderia ser tão gostoso.
mas afinal, de quem eu teria raiva? daquele vagabundo por não ter valorizado o meu doce mel, o que de melhor entreguei-lhe nas mãos, ou por mim mesma por ter sido tão completamente idiota e não ter percebido que desde o início a feita de otária, fui eu?
sinto-me como suas ex-amantes, perturbadas pelo sentimento de impotência, de saber que ele não dará a mínima mais pra mim e eu, se quiser que me exploda, me foda ou coisa assim. mas normal, como agora enxergo com lupas da verdade posso dizer que sim, eu vou me explodir, eu vou me fuder.
mas um fuder que pelo menos seja gostoso, pois todos os que vieram de você por melhores que tenham sido, foi por amor, aquela coisa melosa, que não nos faz chegar a lugar nenhum e deixa o sexo cada vez menos pervertido, mais angelical... ai, coisa que pra mim era de alguma forma natural, pois por eu ser puritana, tinha que me manter assim com você na cama, senão era bem fácil você pensar que eu fosse uma puta (coisa que eu sempre fui), e me largasse. e então, eu mesmo gostando de fuder como você gostoso, minha sacanagem era resguardada, ENRUSTIDA.

mas agora que você se foi, me ponho a pensar e a perceber o quanto tempo eu perdi, o quanto eu poderia ter feito esse nosso amor render, o mel do desejo derramar, o quanto eu fui culpada de não ter feito você mais homem, mais meu homem e eu mais sua mulher, sua ninfa, sua deusa.

abro espaço então para as minhas apologias.
sei que errei senhoras amantes dele antes de mim. e espero agora o preço de amargar a volta, das ex: ex-mulheres, ex-histórias, e o nascimento do que nunca poderia via acontecer: os novos-velhos casos.



cont. [...]

Lorena A.



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tenho um plano.




Tenho um plano

Para cada dia da semana

Para disfarçar cada engano

Cada enguiço

Preguiça

Premissa

Percalço

Que por acaso

Me assalte

Te asfalte

Feito esmalte

Que fixa

Asfixia

Durante estes sete dias

Que se repetem por covardia.



[paula taitelbaum]

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

assim como talvez um não.



e um dia a menina viu-se em um não.

o não querer já era quase senão.

senão o que então?

digo que o que viveu foi único

foi belo e permissivo.

mas não me permiti tanto assim,

é por isso que estou aqui.

eu sempre soube que ela ia voltar,

que um dia a marra ia acabar.

em seus cabelos pretos

existe uma história de antes

um afago de dois

de dois mundo

dois corações.

não serei sua por tanto tempo

apenas pelo tempo que um dia ousou criar.

o tempo que me envolve

que me consola

e me torna ainda mais menina.

o tempo de quem disse que não podia

o tempo de quem disse que eu não sabia.

e tu sabias sim,

e tornastes sempre meu

mesmo quando estava lá

mesmo quando eu estive aqui

mesmo quando eu estou em ti.

tudo é tão raro,

tudo é tão lapso,

não aguento mais esperar...



vem vem agora

vem me amar.




Lorena A.




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querer-te demais.



a grandeza não se detém em te ter

em te merecer

consiste em querer-te

em ser

o que você realmente é.

não te julgo por brincar

faço coisas sem um lar

coisas sem noção

coisas pra chamar a sua atenção.

me perco no existir

no teu ser, eu caí.

precipício das fadas

montada, cão de guarda.

não esqueço quem sou

apenas

você sendo eu

e eu

sendo você.




lorena a.



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bailarina




flutuo, bailarina

deslizando pelo o seu eu estar.

sei que não sou boa por acaso

que o que pretendo ser

é onde eu quero estar.

flutuo, danço, rodopio

esvaecendo o que de melhor em mim há

o que melhor de em ti que foi

e o melhor que há em nós

será.

a dança da dança da nossa dor

do percalço finge-dor

dos anos vazios e sem ti

preenchidos por aquela que eu sempre senti.

dos amores de nuvem

passageiros em alguma nave

na página do querer

no livro do desejo

no permitido amar.

querer-te é poder

e eu só suporto

te amar.




Lorena A.




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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

I...


I cheated myself
Like I knew I would
I told ya,

I was trouble...



You know I´m not good!!



[...]


ho ho ho



marry christmas!





sábado, 22 de dezembro de 2007

lady chaterlley



"Pretendem que o mundo seja rico de possibilidades. Mas, na realidade, estas se reduzem a simples experiências pessoais. Bons peixes haverá no mar, opde ser, mas a grande massa é de sardinhas e arenques; e se não somos nenhum nem outro, é provável que encontremos poucos peixes no mar."



o amante de lady chatterley [D. H. Lawrence]

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

anyway...



desisti do tratamento de choque e resolvi ceder.

seria tarde demais diriam os mais pessimistas (ou realistas!?).

enfim, o fato de volta foi consumado.

a palpitação do peito voltou a ser presente e a ânsia, magnitude.

queria poder perdoar-me por pecar tanto assim.

mas como?


se a busca consistiu no que houve, no que foi feito, no que foi vivido?

seria impossível. eu não poderia.

a perfeição do dia, do lugar, o ambiente:

aquilo tudo dizia-me que havia valido a pena,
que o desejo tornava-se por realizar-se, e eu, por
me felicitar mais ainda.

mas não me dou por satisfeita [ainda].

o que será que anda faltando?


Lorena A.





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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

súplica



olha pra mim, meu amor, olha pra mim;
meus olhos andam doidos por te olhar!
cega-me com o brilho de teus olhos
que cega ando eu há muito por te amar.

o meu colo é arminho imaculado
duma brancura casta que entontece;
tua linda cabeça loira e bela
deita em meu colo, deita e adormece!

tenho um manto real de negras trevas
feito de fios brilhantes d´astros belos
pisa o manto real de negras trevas
faz alcatifa, oh faz, de meus cabelos!

os meus braços são brancos como o linho
quando os cerro de leve, docentemente...
oh! deixa-me prender-te e enlear-te
nessa cadeia assim eternamente!...

vem para mim, amor... ai não deprezes
a minha adoração de escrava louca!
só te peço que deixes exalar
meu último suspiro na tua boca!



[florbela espanca]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

miedo



Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo en una sombra que el temor no esquiva
El miedo as una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
Medo circulando nas veias ou em rota de colisão
Medo é de deus ou do demo? É ordem ou é confusão?
O medo é medonho
O medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de iludir

Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo que dá medo do medo que dá...

Medo que dá medo do medo que dá...

[lenine-miedo]

o medo que dá.
é o medo de amar.
não tenho medo de te não te ter.
o meu medo,
é de te amar.



domingo, 9 de dezembro de 2007

acaso.




feito o céu a alegria percorre

as veias que por dentro correm

em um sangue limpo e sem impurezas

dentro de uma vida

dentro de uma veia

que não tem tempo

tempo que a vida espreita.



agi assim por minha culpa

me perdi na tua nuvem

no teu mar de desagrado

um eterno e sempre

fracasso.



insisto em cair nos teus braços.

sem medo do percalço

andando por ai sem laço

voando

flutuando

deixando

por conta do acaso.





Lorena A.





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sábado, 8 de dezembro de 2007

dias de cinza, pensamentos bicolores.






misteriosa?

eu diria no máximo, coerente.

o que seria de todos nós, se simplesmente em nossas vidas não houvesse o artifício mais árduo e melodioso do ser humano. no campo dos sentidos, ele é o próprio poder de atração.


este, o que também detém a chave mestra que destrava certas carcaças. são eles que dão chama para que o outro desarme-se, prepare-se para soltar a flâmula branca.


é notório afirmar que mistério demais complica. se este acontece de alguma atitude de forma natural, conseqüente, "ocasional", intuitiva, comporta-se como o verdadeiro mistério.


agora, tratando-se de um artifício ocasional, uma carapuça utilizada em momentos convenientes, esta cai como uma máscara, tratando de deixar à mostra sempre a ferida aberta, o defeito de caráter, a falha da personalidade.




[...]

Lorena A.



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dias de cinza, pensamentos bicolores.


os sonhos vão pra gaveta. da-se início às prioridades. enfim, todos concordaram que deveria ser assim. e eu, mesmo conseguindo ou não teria de aceitar aquele desapego.
aquela antiga lição vinha à tona sempre que as rédeas fugiam do seu controle. E assim, ela via-se obrigada a entregar-se nas mão daquele que considerava um Deus.
e era sempre inútil não considerar a forte influência desta parte.
pois, como em todo e qualquer tipo de situação que passasse, a Este ela sempre recorre. E sempre alcança o que deseja. uma hora ou outra.
então, em algumas dessas várias horas que permanecia em um berço, inerte ao tempo, mergulhava em livros. todos os tipos que lhe era proporcionado, possibilitado. a leitura sempre era um refúgio lícito, cabível e fantástico. até quando se dava ao luxo de ler coisas que considerava de baixo escalão, refletia de algum modo o que aquilo poderia de alguma forma fazer sentido em sua vida. na maioria das vezes, não fazia sentido nenhum e lhe deixava um vazio que ela mal podia suportar.
escrevia por fim, algo que lhe viesse à tona, deixando escapar milhares de confissões nas entrelinhas. dando comida a milhares de leitores famintos e assíduos, curiosos então. deixando-os cada vez mais com sede de mistério.


[cont.]

Lorena A.



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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

dias de cinza.





dias de cinza, peço perdão.

como vontade, ansiedade.

oportunidade senão

deixar a alma leve

fluir... reflexão.

dias iguais,

cenas que se repetem.

sentimento que invade,

corpo que falta na cama quente.

a amizade surpreende.

tudo o que um dia

pensou que não.



Lorena A.



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clausura



Fujo do claustro, do astro, do modo, do dormitório.
Desço no vaso, escorrego no tráfego,
Espero no máximo,
O tráfico.

Saúdo o dia, pela alegria, pela bendita pia,
Que pingou contínua.
Desde o sábado passado.

Dou presentes, dou sorrisos, dou bom dia,
Boa noite, boa sorte e até outra vida.

Sonho acordada, sonho noites, sonho dias, sonho em chopes.
Em vão, em nãos, em coração.

Lavo minhas vestes, seco meu suéter,
Viro-e-mexe,
Se avexe!
Fiquei assim:
Tetè-à-tetè.


Lorena A.




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a sombra do teu eu em mim.



teu momento, o acaso.

teu lar, qualquer espaço.

teu amor, um descaso.

sou o poeta que permitiu

a luz que de mim fugiu

e deu lugar à sombra.

o dia clareia o dia.

mas não clareia o vazio,

a sombra do teu eu em mim.




Lorena A.



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coração morimbundo.






sinto arfante caminho


bem sempre distante do ninho


rasgo dor de espinho


de rosa cálida,


teu vinho.




suor de choro, lágrimas


sempre ao redor, pálidas


mancha de tecido tímido


consola o voraz desejo íntimo




luz ofuscante lampejo


prova do nosso desejo


me perco em vez que te vejo




e percebo:


que o que era também já foi.


o motivo de dois


dois mundos


dois corações morimbundos.



Lorena A.



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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

interesse.




me interesso por teus assuntos

teus mundos

coisas imersas no meu estar.

te digo e não digo

tento dizer mas falta tato

falta algo

que eu não consigo explicar.

a criança permanece

mas o choro que entristece

engoli

junto com as lembranças tristes

de um passado que no meu presente

irá voltar.




Lorena A.






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em cada.






em cada dia virado


em casa noite esgotada


em cada gesto piedoso de outrora


em cada canto dessa cidade


me perco nas idéias loucas


na amnésia solta


dessas coisas que me atordoam


mas que não me deixam ao léu.


apenas gosto de me sentir no céu.

e sou o céu.


Lorena A.





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scraps.


Trimera Casa de Letras.

Blogueiros do Piauí.