quinta-feira, 31 de julho de 2008

learning to love.

Sou tudo o que o vento levou,
sendo o que um dia já foi
e o que já não é mais o agora.

Faço parte do curso destemido,
da pressa sem sentido
e da solidão companhia.

Facilidade pra perdoar
Necessidade de visualizar
Um horizonte.

Aonde?
Aquele horizonte
azul, ali...!

Caio no buraco do mundo
Num abismo profundo
Onde deuses vão me buscar

E em asas de borboleta
Me ergo
Sendo eu, o desapego

Perdendo o chão,
Ganhando o céu,
Mas aprendendo a amar.






Lorena A.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Menu.




Prato do dia:


Feliz à beça.


sopro.



dia de hoje
que viveu no ontem
mora no amanhã.

saudade
não tem idade
não tem cidade

ansiedade
nem tempo
nem lugar


tem apenas oco
sopro no coração.







lorena a.

todo dia.



e quando o
dia é dia
de saudade
tem o nome
de todo dia.






lorena a.

domingo, 27 de julho de 2008

In arrow.




O cupido
Uma flecha atirou-me
O que fazer
Matar-te
Ou morrer-me?





Lorena A.

Enjoy.


Rompo a teia das horas,
pois diversão maior não me é oferecida.

Ardo.

Lábios vermelhos,
unhas vemelhas,
alma transparente.

Coisinha à tôa que
não se encontra em qualquer lugar.

Disparate!

A cerca viva ainda está sendo aparada,
mas eu já encontrei meu lar.

Ou melhor,
ele encontrou-me.

E nele é aonde irei morar.

Caso com o acaso,
com a sorte,
com as coincidências
e o vão.

Com o tudo que já não pode ter mais fim.
Ou tem um fim.

O fim do lado avesso,
um adormeço
amarelo-quindin.

Naquele onde moram sonhos rudes
e as flores-de-sonhos.

ENJOY IT!

Minha alma grita.







Lorena A.

sábado, 26 de julho de 2008

black light district.



blaming global infection
for the illness in him
Little knowdledge of the non-affection
between him and his

Oh, grey, bitter, anxious and collapsed.
Like a wallflower once blooming
withered to apparent death

Blaming the guilt
crying the tears
torture the pain
leaving the emptiness behind

apparently he had no reason
to harbour the trust
he´d forsaken the trust
that harboured within

walk, I cannot walk
for I am blind, blinded I am
by the pitch of dark, so dark is it
the narrow street, never ending narrow

silently I try
try to walk, blinded by the pitch
the narrow darkness, clogs the street
I am speechless
I am speechless

fears puts a rush on my steps
as I stare into the spinning depth
the end is not near the sight that I am hoping for
and all the light that paves the way for me
is the wish and will for the end to see

the bright light is the end of the black light district.


the gathering.

ante-sala



esse tempo me enlouquece no hoje
e me faz triste assim.
é o mesmo onde
o silêncio que habita
no ontem
que morreu em mim
na ante-sala do fim.



lorena a.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

in moments!



instante
ante o presente
é o passado foi
um futuro que
deixou de ser
o que era
dentro do
tempo confuso
é mudo
nefasto,
perpendicular.
me boto
me borro
me assombro
que sufoco!
um choro que em
detalhes a pele
esquece
sem saber.
revive,
lembrança,
criança colhida
no passado
essência de aço
mormaço
da vida na cabeça
em frame.


lorena a.




segunda-feira, 21 de julho de 2008

Auto definição.[Pode?]

Creio que é muita pretensão definir-me diante da imensidão de mulheres que habitam o meu corpo carnal. Me vejo em quatro, cinco, dez, cem. Depende do momento. Sou almodoviana, freudiana, bocaggiana. Meio Clarice Lispector e e completamente Greta Garbo. Pagu poderá ter sido eu em numa encarnação passada. Depende do seu empenho em querer ver-me, ouvir-me, ou sentir-me. Depende do dia da lua, pois minhas funções se dão como ela em ciclos. Sou naturalmente uma deusa e prazerosamente humana. Sei que meu cheiro é bom e que minha voz pode ser suave. Amo as gentilezas mas nem sempre confio nos elogios. Prefiro qualquer espelho e a realidade mostrada nele. Preservo a solidez das amizades, mas também sou escrava da intensidade das paixões que podem ser de todos os tipos. Paixão pelo céu azul que vejo pela minha manhã clara e evidente. Ou por um beijo que certamente irá desmontar-me. Me vejo na beleza das coisas e na sinceridade das palavras. Tenho rompantes e posso pecar por isso. Amar é a minha determinação, o meu lema. A intensidade, meu sobrenome. Tenho como refúgio a maturidade. Nela me seguro e resguardo meus pensamentos. Deveriam ser assim com algumas ações, mas me encaixo na inquietude de ser evolucionista e sigo em frente. Não tenho medo das pessoas nem do que elas sejam. Tenho receio sim de más interpretações e pré julgamentos torpes. Tenho imaginação fértil. Nunca vou me permitir se não for isso que eu queira. Viajo sem sair do lugar, mantendo os pés no chão e a cabeça nas nuvens. Aterrissando idéias estúpidas ou brilhantes.
Escrevo quando estou insana, escrevo quando estou serena. Escrevo o que vejo e o que não sinto. Escrevo também o que vejo os outros sentirem. Escrevo o hoje, o amanhã e o até mais tarde. Escrevo por amor, escrevo por ócio, pra parir e rir! Escrevo porque gosto. Escrevo pra conquistar. Mas nem sempre faço questão de ser entendida.
Possuo um lado que mora na intuição, que constrói defesas e me ajuda a acertar. Moro no meio termo, assim paradoxalmente. Os extremos me atraem, mas são-me raros. Posso tanto querer caminhar entre as estrelas como tomar banho de mar e isso tudo no mesmo dia ou no mesmo lugar. Preservo um mundo da lua onde só se predomina o amor. Sendo eu deste, sua serva. Minhas asas de liberdade moram na incrível jornada de decifrar-me. Não gasto empenho em descobrir os mistérios do mundo, mas em desfrutar dos meus próprios.
Quase um puzzle. Nível difícil.
Balança perseverante. Exposição de sorrisos. Sendo o ar que alimenta o fogo, recebe oxigênio da terra, está contido na água e é parte do meu espírito.




Lorena A.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Amity.

Amity.

E aquelas noites onde eu adormeço sem perceber, caem-me como uma luva, como um pedido de perdão, como a partida chegada e a felicidade que existe nesses momentos. Porque quando se trata com um insone, a felicidade poderia ser conceituada como um bom sono. Em cada dia adormecido, em cada sonho atormentado, em cada nuvem de fogo que passa pela minha cabeça, sempre encontro os efervercentes que me ajudam a discernir qual o melhor rumo do caminho tomar. Uns sempre meio sérios, outros nem tanto. Alguns que nem preciso abrir a boca e pois o sorriso já adorna a nitidez do desejo. Daquele desejo de felicidade. De fazer você acordar com um bom dia e ler em suas entrelinhas um belo eu te amo. Mas aquele eu te amo despudorado, que não vai terminar na cama ou que tem segundas, terceiras ou décimas intenções. Apenas aqueles que escutam as mesmas músicas que você e deliram. Ou aqueles que detestam o que você ouve, critica o que você lê, mas mesmo assim te oferece ombro, braços e abraços quando a necessidade impõe. Aqueles que nas amargas horas te adoçam a vida com palavras de carinho e amor.



Este post é dedicado a importância de todos aqueles que elegi como amigos na minha caminhada.
Amo incondicionalmente todos vocês.
E aos que não estão próximos fisicamente, todos as energias cósmicas me perpetuam até perto de vocês. Com minh´alma.



Lorena A.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Liberdade.


Acabei gritando porque era inevitável. Menos mal que o dizer não foi vomitado, como era de costume fazer até um determinado tempo lá atrás. É assim quando não se consegue viver em poesia, a alma se faz presa e dança entre os prelúdios originados em batalha incessante na busca pela libertação. Libertação. Liberação. Liberdade. Libertinagem. Livre. Tudo numa questão de mudança de sufixo, pois o radical aqui se mantém o mesmo. Mesmo quando este não se agrega a nenhum desses e permanece isolado. Por isso que eu sempre digo que a amplitude da alma mora na liberdade. Não nessa que você julga, prega saber fazer uso dela. Não dessa que permite que seus discursos sejam aplaudidos e imitados. A demarcação da imoralidade não me compete mais pois a mim uma outra função foi designada: a de tornar-me livre[em]mente.

Se não consegues enxergar minhas asas com teus olhos, fura-os!
Pois estes não servirão para que enxergues minh´alma.





Lorena A.

Alvorada.

Quando abro a janela e vejo o sol despontando imagino a imensidão que há nesse mundo aí fora e conecto me mais ainda com a imensidão que há dentro de mim.
Por isso que fico calada. Em cada minuto de observação é momento de contemplação e magnitude; de deslumbre e é por isso que eu evito te dar qualquer palavra. Porque qualquer uma diante disso pode parecer torpe.
Como diria um amigo Blake, a energia é a eterna delícia!
Agora que a vida andou, não posso parar. Finjo que dormi pois pode parecer estranho. Uma pessoa que não dorme não pode ter desejos [in]sanos. Mas olheiras entregam esse ouro que tento esconder pelo menos agora de manhã. Pelo menos agora quando sei que esse frio vai esquentar e meu corpo continuará sozinho, na permanência cálida da espera. Na incessante idéia de que o diminutivo dará vazão à amplidão... À amargura de ter-te do meu lado. E mesmo assim recusar-me te deixar dentro de mim.





Lorena A.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Nuvem.



Nuvem vaidosa
Pra se despedir do sol
Se vestiu de rosa.


Setsuko Geni Oyakawa.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

In my mind.

Entre o tingir teu céu de vermelho e correr atrás das minhas brisas corrompidas, eu prefiro a mim. Prefiro ser essa metamorfose ambulante. Humanísticamente derrotada por suas convicções autônomas. Sugeridas como mais do meras bússolas na busca do caminho a percorrer. O desapego me ocorre e me sinto até mais livre assim... Embora pareça distante. O sonho já mora aqui. Na minha mente.






lorena a.

domingo, 6 de julho de 2008

Asas no exílio de um corpo.



Ofegantes passos dados à tarde. A sensação de peso. Amargura.

Doces ventos corrompidos. Cheios de uma rara beleza.

Numa imensidão perdida, meu âmago está. Envolto em liberdade contundente.

Tudo um porque dizer-te um talvez. Alegorias fajutas já não existem mais.

E cai à mascara da realidade.

Metamorfismos ecoam com júbilo àqueles que a mente permite uma transmutação sincera.

Algo relevante. Que se possa buscar com freqüência. Onde recorrem muitos mundos.

Muitos mundos meus ou seus. Coisas que ninguém sabe dizer.

O imposto é o sentir e eu carne-fraca da mente, não ousaria transgredir.

Não perco o poder de pedir perdão. Não nego o que poderia vir então.

Apenas prego o amor que não é em vão. Numa troca, sim ou não.





Lorena A.

Tarde de Lua.

À tarde
Se fez ardente.
Presente.





Lorena A.

Primavera.


Primavera

Até a cadeira

Olha pela janela.





Alice Ruiz.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Sendo.

A verdade não consiste num fato isolado. Consiste em, digamos, na gota d´agua, no desencadeamento de conseqüências. Coisas que viviam no prestes a acontecer e aconteceram. Assim... causa e efeito. Freud explica, Einstein confirma e eu, bem... eu continuo sendo a mesma.



Lorena A.

scraps.


Trimera Casa de Letras.

Blogueiros do Piauí.