sábado, 16 de fevereiro de 2008

amor é prosa, sexo é poesia.



[Isso: felicidade e medo, a sensação de tocar por instantes um mistério sempre movente, como um fotograma que pára um instante e logo se move na continuação do filme. Sempre senti isso em cada visão de mulheres que amei: um rosto se erguendo da areia da praia, uma mulher fingindo não me ver, mas vendo-me de costas num escritório no Rio... São momentos em que a "máquina da vida" parece explicar, como se fosse uma lembraça do futuro, como se eu me lembrasse ali do que iria viver.

Esses frêmitos de amor acontecem quando o "eu" cessa, por brevíssimos instantes, e deixamos o outro ser o que é em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de compaixão pelo nosso próprio desamparo, entrevisto no outro.]



arnaldo jabour.

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