sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

caixa-eu.



passei muito tempo depositando naquela caixa
as visões de uma noite adormecida.
impedida de viver a realidade
passei enclausurada anos
de triste e densa
vontade.
o que seria da dor se eu não existisse
o que seria do amor se a morte não o acabasse.
e o renovasse.
os dias do tempo em mim se vão
e destes não tenho mais noção.
mãos trêmulas refletem idéias novas
e retrógradas
do que um dia pensei em ser eu.
força é um artifício permanente
mas muito penoso
que em certas vezes
eu não consigo nele
me resguardar.
não quero mais perguntas
não quero mais sentimentos
não quero mais prazeres
não quero ganhos
não quero mais perdas.

zerei o meu jogo.

a dor fez de mim fortaleza
sequência de fatos
nobreza.
antagonismos
eu, paradoxo.

perceber então é fato.
viver é mesmo um só ato.
enfim,
eu nunca mais fui a mesma.
perdi
ganhei
venci.


Lorena A.

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