quarta-feira, 5 de setembro de 2007

trilogia suja de havana

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eu era um sujeito perseguido pela SAUDADE. sempre fora, não sabia como me desligar da saudade e viver tranquilamente.
ainda não aprendi. e desconfio que não aprenderei nunca. pelo menos já sei algo valioso: é impossível se desligar da saudade porque é impossível se desligar da memória. é impossível se desligar daquilo que se amou.

tudo estará sempre conosco. sempre teremos o desejo de refazer o bom da vida como o de esquecer e destruir a lembrança do mal. apagar as maldades que cometemos, desfazer a recordação das pessoas que nos prejudicaram, remover as tristezas e as épocas de infelicidade.
é totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é aprender a conviver com a saudade. talvez, transformar-se, de algo depressivo e triste, numa pequena chispa que nos dispare para o novo, para entregarmos a outro amor, a outra cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor do que seja melhor ou pior, não importa, mas será diferente.
e isso é o que todos procuramos todos os dias: não desperdiçar
em solidão a nossa vida. encontrar alguém, nos entregar um pouco, evitar a rotina, desfrutar da nossa fatia de festa.
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[Pedro Juan Gutierréz. Trilogia suja de Havana]

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