quinta-feira, 30 de agosto de 2007

soneto de fidelidade


De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento


Quero tê-lo em vão cada momento

E em seu louvor, hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive)

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja eterno enquanto dure.


[vinicius de moraes]


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